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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

SÃO LUIS E AS LENDAS



Lenda da Serpente da Ilha

O imaginário do ludovicense tem muitas explicações para construções subterrâneas da cidade. A história mais famosa é passada de pai para filho: dizem que uma enorme serpente está adormecida lá embaixo- a Serpente da Ilha. 
Submersa nas águas que circundam a Ilha de São Luís, continuamente cresce, enquanto dorme, camuflada pelo limo e pelo musgo grudados sobre suas grossas escamas.

Ninguém sabe por quanto tempo esse animal dormirá. O certo, porém, é que chegará o dia em que, findo o processo de crescimento, a cabeça desse monstro encontrará a ponta de sua própria cauda.
Quando sua cabeça encontrar sua cauda, ela abraçara a ilha com tanta força que a levará para as profundezas do oceano.

Nesse dia, para desgraça dos habitantes de São Luís, essa fenomenal criatura acordará. Então, produzindo rugidos ensurdecedores, soltando enormes labaredas pelos olhos e pela boca, abraçará a Ilha com força descomunal e, com fúria diabólica, a arrastará para as profundezas do mar, afogando, de maneira trágica, todos os habitantes da ilha.

Já os menos fantasiosos revelam que essas galerias teriam funções estratégicas, como permitir a fuga em caso de ataques de invasores estrangeiros ou revoltas populares, já que muitas têm saída para o mar.

Lenda da Carruagem de Ana Jansen

No século 19 viveu em São Luís a Senhora Dona Ana Joaquina Jansen Pereira, comerciante que, tendo acumulado grande fortuna, exerceu forte influência na vida social, administrativa e política da cidade.

Era voz corrente, então, que DonAna Jansen - como era comumente chamada - cometia as mais bárbaras atrocidades contra seus numerosas escravos, os quais, submetia a toda sorte de suplícios e torturas em sessões que, não raro, terminavam com a morte.

Alguns anos após o falecimento de Donana, passou a ser contada na cidade a fantástica estória, segundo a qual, nas noites escuras das sextas-feiras, boêmios e noctívagos costumam deparar com uma assombrosa e apavorante carruagem, em desenfreada correria pelas ruas de São Luís, puxada por muitas parelhas de cavalos brancos sem cabeças, guiados por uma caveira de escravo, também decapitada, conduzindo o fantasma da falecida senhora, penando, sem perdão, pelos pecados e atrocidades, em vida, cometidos.

Quem tiver a infelicidade e a desventura de encontrar a diligência de DonAna Jansen e deixar de fazer uma oração pela salvação da alma da maligna senhora, ao deitar-se para dormir, receberá das mãos de seu fantasma uma vela de cera. Esta, porém, quando o dia amanhecer, estará transformada em descarnado osso humano.


Lenda do Milagre de Guaxenduba

Conta-se que, no principal e decisivo confronto entre portugueses e franceses, travado em 19 de novembro de 1614, diante do Forte de Santa Maria de Guaxenduba, já se tornava evidente a derrota dos lusitanos, por sua inferioridade numérica em homens, armas e munições.

Apesar de lutarem, iam-se arrefecendo os ânimos dos soldados de Jerônimo de Albuquerque. Mas eis que surge, entre eles, uma formosa mulher em auréola resplandecente. Ao contato de suas mãos milagrosas, transforma-se a areia em pólvora e os seixos em projéteis. Revigorados moralmente e providos das munições que lhes estavam faltando, os portugueses impõem severa derrota aos invasores, a quem só restou o recurso da rendição.

Em memória deste feito, foi a Virgem aclamada padroeira da cidade de São Luís do Maranhão, sobre a invocação de Nossa Senhora da Vitória.

O Padre José de Moraes, em "História da Companhia de Jesus na Extinta Província do Maranhão e Pará" (1759), demonstra a antigüidade desta lenda, escrevendo: "Foi fama constante (e ainda hoje se conserva por tradição) que a virgem Senhora foi vista entre os nossos batalhões, animando os soldados em todo tempo de combate".

PALÁCIO DAS LÁGRIMAS

Defronte à igreja de São João Batista, fazendo canto com a rua da Paz, no chão em que hoje está a Faculdade de Farmácia e Odontologia, era o “ Palácio das Lágrimas”, famigerado sobradão que existiu em ruínas e motivo de lendária assombração.

No andar superior, conta-se, seu proprietário mantinha, sob severa vigilância, um verdadeiro harém de jovens escravas e por uma delas apaixonou-se um companheiro de desdita, que, entretanto, não foi correspondido, pois ela, bonita e insinuante, preferiu continuar como a favorita do senhor. 

Louco de ciúme, o moço escravo vingou-se pondo veneno na comida de dois dos filhos da casa, deixando o resto, que propositadamente fizera sobra na mala de sua eleita. 

Descoberto o crime, as provas evidentes foram contra a bela escrava que, por fim, foi levada ao patíbulo – popularmente chamado de Mangueira e antes Forca Velha, localizava-se nessa mesma rua da Paz, na esquina do Teatro Arthur Azevedo – embora protestasse em desespero sua inocência, e ao descer a escadaria tantas foram as lágrimas de sua revoltada inocência que, como a quisessem eternizar seu clamor, jamais se apagaram de sobre as lages dos degraus – estes todos os dias amanheciam umedecidos.

Perseguido pela dúvida do remorso, o senhor fez substituir as pedras lacrimejantes, mas a vingança do destino sobreviveu e a casa se fez mal assombrada. Seu último dono, ensandecido, enchia de pavor o silêncio da noite com seus cantos e seus gritos.
fonte:http://www.limacoelho.jor.br/home/


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