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sábado, 11 de agosto de 2012

MEU GRANDE EXEMPLO


Quero apresentar-lhes meu Pai. Meu velho Pai. 
Meu Pai herói. Meu grande Amigo.
Hoje aos 81 anos de idade, quase perdendo a visão, 
continua com os mesmos hábitos de quando comecei 
a admirá-lo na minha infância. Hábitos que aprendi e valorizei.
Acordava escutando a voz alta de meu Pai 
na varanda daquela casa...fazendo sua leitura diária.
Ah! que saudades!
Aos domingos pela manhã, nos chamava eu e meus irmãos, 
para sentarmos à mesa e fazia-nos escutar suas leituras, e depois 
suas explanações, seus conselhos e suas experiências de vida.
Era apressado para falar, sempre queria saber mais de nós.
Queria detalhes de nossas histórias...
era especialmente observador de nossos comportamentos.
Era outro hábito que cultivava. 
Fazia observações importantíssimas do que ouvia
que as vezes nos fazia tremer...será que podia adivinhar nossos pensamentos?
Aprendi com ele o hábito de refletir sobre todos 
os acontecimentos comuns ou complicados na minha vida.
Eu, particularmente, sempre tive com meu Pai uma 
conexão interior, nos entendemos com olhares.
Era um Pai sério e de voz firme...
Mantinha uma postura autoritária...
E por trás daquela seriedade tinha um coração que se derretia 
em lágrimas com nossas aflições.
Quem disse que por de trás daquela barba que 
nos arranha o rosto não tem um coração 
moleque querendo brincar? Quem disse que por detrás 
daquela voz grossa não tem um menino 
criativo querendo falar? Quem foi que falou 
que aquelas mãos grandes e grossas não sabem 
fazer carinho se o filho chorar? Quem foi que pensou,
 que aqueles pés enormes, não deslizam suaves 
na calada da noite, para o sono do filho velar? 
Quem é que achou que no fundo do peito largo e viril 
não tem um coração de pudim, quando um dos filhos amados, 
com um sorriso largo se põe a chamar? 
Quem foi que determinou que aquele coroa, 
de cabelos brancos não sabe da vida para 
querer me ensinar? Pai, você me escolheu filha,
 eu te fiz exemplo! 
Feliz dia dos pais, meu PAI.
MEU PAI MANOEL.

REFLEXÃO DO DIA DOS PAIS

Segundo Domingo de agosto 
Comemora-se o Dia dos Pais 
E os pais que vivem isolados? 
Em quartinhos de quintais ?
Os pais que vivem mudos ?
Porque os filhos sabem mais.

Asilos e casas de repouso 
Vivem esses marginais 
Marginalizados pelos filhos 
Essas feras racionais 
Deus sabe quanto lutaram 
Para criar esses filhos 
Hoje são homens formados 
Jogam seus pais em asilos 

Quantos hoje são mendigos 
Mãos estendidas pedem auxílio 
Se eles ficam em casa 
São verdadeiros empecilhos 
Enquanto os velhos mendigam 
Os jovens vivem tranquilos 
Os filhos ouvem música 
Ou assistem televisão 

E o velho pai onde está? 
Sentado na cama no porão 
Meu pai não gosta de nada 
Vive bem com a solidão 
Desci as escadas e fui ver 
Vi o velho esfregando as mãos 
Estava muito gelada 
Com o frio da ingratidão 

O absurdo dos absurdos 
Eu quero contar pra vocês 
Conheço um velho pai doente 
Filhos casados tem três 
Três casas para ficar 
Cada casa fica um mês 
Eu pergunto a mim mesma 
Que mal este velho fez? 

Por que os filhos têm tudo 
E os pais nunca tem vez? 
Tudo o que bate volta 
É um grande ditado 
Se teu pai vive assim 
Tenha muito cuidado 
O tempo corre, a vida passa 
E você já está escalado 
A dormir no porão úmido 
E teu filho no sobrado 
Quem semeia semente ruim 
Vai colher fruto estragado...

ERA VOCÊ PAI

Você era tão alto, tão forte,tão sábio... 
Era você quem consertava as coisas quebradas,
 quem supria todas as necessidades, 
quem dava as recompensas. 
Você era a fonte de todas as melhores histórias, 
o que cantava as canções, o que inventava os jogos. 
Você tinha na cabeça todos os fatos 
e todos os números, conhecia todas as regras, 
todas as leis. 
Era você que distribuía justiça,que ensinava técnicas.
Você explicava o ciclo de vida do mosquito, 
como funcionava a máquina de costura 
e as órbitas dos planetas com a mesma 
clareza e competência. 
Você cultivava repolhos que pareciam borboletas.
Você nos mostrou como trabalhar
 com madeira, como fazer um suflê, 
ou costurar um botão,ou enxertar uma rosa.
Nos ensinou a olhar e a prestar atenção,
a pensar, a questionar ,a explorar. 
E então, como mágica, você se transformou,
 bem na nossa frente, num homem de 
estatura comum - um homem que levava 
o cachorro para passear antes do café 
da manhã e tirava uma soneca depois 
do almoço de domingo. 
Você se transformou num homem até mais 
baixo que os nossos amigos. 
Gentil, educado, paciente - mas, 
do nosso ponto de vista um pouco antiquado. 
Pois nós havíamos crescido e 
descoberto para nós novos heróis,
ou melhor, meio-crescido.
 O tempo passou, e ficamos mais sensatos. 
E vimos, por fim, que você era 
realmente o SUPER-HOMEM, 
e que, uma vez feito seu trabalho 
em nosso benefício,
preferiu retomar seu suave disfarce.

UM PAI ENSINA

BARRINHAS
Pai figura expressiva 
Na vida de todos os filhos. 
Às vezes até agressiva 
Na duvida dos empecilhos. 

No contato de cada dia 
A cada um orientar. 
Como uma velha magia 
Para um dia ostentar. 

Ensina com segurança 
Só as argurias da vida. 
Pra que tenha esperança 
Sem a vitória perdida. 

Ensinar o caminho do bem 
Mostrar toda a realidade. 
Pra logo chegar ao além 
Para viver em sociedade.
BARRINHAS
Mário Osny Rosa

SER PAI

BARRINHAS
Ser pai
é acima de tudo, não esperar recompensas. Mas ficar feliz caso e quando cheguem. É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão. É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância (mas compreensão) com os próprios erros. 
BARRINHAS
Ser pai 
é aprender errando, a hora de falar e de calar. É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois. Mas jamais falar no momento preciso. É ter a coragem de ir adiante, tanto para a vida quanto para a morte. É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho, fazendo-se forte em nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar. 
BARRINHAS
Ser pai
é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez. É esperar. É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo. Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários, buscando protegê-los sem que percebam, para que consigam descobrir os próprios caminhos. 
BARRINHAS
Ser pai
é saber e calar. Fazer e guardar. Dizer e não insistir. Falar e dizer. Dosar e controlar-se. Dirigir sem demonstrar. É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói. 
BARRINHAS
Ser pai
é ser bom sem ser fraco. É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição, o seu lado fraco, desvalido e órfão. Ser pai é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar. É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher, ainda que não seja em vida. 
BARRINHAS
Ser pai
é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão. Mas ir às lágrimas quando chegam. Ser pai é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho, sempre como influência, jamais como imposição. É saber ser herói na infância, exemplo na juventude e amizade na idade adulta do filho. É saber brincar e zangar-se. É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem receber. 
BARRINHAS
Ser pai
é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso mental, inveja, projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta, desilusão e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender; de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte, mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento, enigma, pacificação. 
BARRINHAS
Ser pai
é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio. O máximo de convivência no máximo de solidão. É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver. É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno, por tudo haver feito para deixar de ser importante.
BARRINHAS