Seguidores

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

NÃO PERCAS A OPORTUNIDADE

ONDE ESTIVERES
Onde estiveres, não percas a oportunidade de semear o bem...

Se a conversa gira em torno de uma pessoa, destaca-lhe as virtudes, recordando que todos ainda nos encontramos muito longe da perfeição.

Se o assunto descamba para comentários maliciosos, à cerca de certos acontecimentos, procura, discretamente, imprimir um novo rumo ao diálogo, sem te julgares superior a quem quer que seja.

Onde estiveres, não permitas que o mal conte com o teu apoio para se propagar...

Se muitos falam em tom de pessimismo sobre os problemas que afligem a Humanidade, demonstra a tua confiança no futuro, recordando aos interlocutores que nada acontece sem a permissão de Deus.

Se outros se transformam em profetas da descrença, quais se fossem eles mesmo os únicos a se salvarem do naufrágio dos valores morais em que o homem se debate neste ocaso de milênio, trabalha com todas as tuas forças na construção de um mundo melhor, porquanto um só exemplo tem mais poder de persuasão sobre as almas do que um milhão de palavras.

Onde estiveres, não te esqueças de que o bem necessita de ti como instrumento para manifestar-se e não cruzes os braços, como se nada tivesses a ver com o que acontece ao teu redor.
(CHICO XAVIER)

CONTORNOS DA PALAVRA

PALAVRAS NUAS
Eu sei valor das palavras.
Estou de caso sério com elas há anos.
São incontáveis horas de chamego.
Aprendi acariciar uma palavra, acredita?
Algumas retribuem meus carinhos.
Outras são carrancudas e não percebem
o desejo estampado em meus olhos.

Eu gosto de enfileirar palavras.
Despi-las, para que fiquem mais belas.
Já viu uma palavra nua?
Só perde em beleza para o corpo feminino.
Palavras nuas e enfileiradas formam cena de rara beleza.

Eu sei sobre as palavras.
Não porque as leio em páginas de livros.
É que ando em companhia delas desde menino.
Eu posso sentir o cheiro que as palavras exalam.
Trago n’alma esta estranha combinação de aromas.

Eu sei sobre a palavra amor.
Ela tem a ingrata missão de representar.
um sentimento intenso, cheio de formas e nuances.
Eu me meti a besta e tirei a roupa da palavra amor.
São belíssimos os contornos da palavra amor.

Amor, são belos os contornos do teu corpo.
Eu quero a tua companhia por incontáveis horas.
Eu me meti a besta e amei você,
viu amor?
Tarcísio Zacarias dos Santos

RECORDAÇÕES

LEMBRANÇAS SEM FIM
Tem pessoas que lembram de outras
Em todo lugar
Em todo momento
Arrastam as recordações pelas ruas
Talvez seja uma doença
Talvez não
Pessoas se lembram de outras
Quando ouvem um música
Quando sentem um perfume barato
Quando seguram uma fotografia
Quando leem uma carta
Quando abrem um email
Algumas pessoas são mais sensiveis
Outras mais frias 
Lembram de outras
Quando olham um quadro
Quando estudam uma escultura
Quando passam por algum lugar
Pessoas lembram de outras
Quando estão inconscientes
E sonham pesadelos
Todas as noites 
Eu me lembro de você
Quando vejo a cama vazia
Algumas pessoas escrevem
Algumas pessoas viajam
Algumas pessoas bebem
Algumas pessoas cozinham
Algumas pessoas trabalham
São as lembranças que as fazem viver
Pessoas lembram de outras
Quando vão ao cemitério ou a uma igreja 
Como se tivesse algo de místico
Esperando por elas
Como se fosse um compromisso
Com coisas eternas
As lágrimas fedem
Tornam as faces amargas
Criam flores mortas nas mentes
Os anjos se calam nestas horas
As mãos se tornam espectros leves 
A luz se afasta para as sombras
Tem pessoas que lembram de outras
Em todo lugar
Em momento
Arrastam as recordações pelas ruas
Talvez seja uma doença
Talvez não.
CARLOS ASSIS

UM HÁBITO SALUTAR

CHUVA DOS OLHOS
“Chove. 
Na fonte das águas, chove. 
Na fronte das lágrimas do pretérito calado. 
Lavando a chuva dos olhos cansados. 
Chovendo nos mares, nos mares amados.” 
Há quanto tempo você não chora? 

Há quanto tempo seus olhos não são inundados por lágrimas, por estas pequenas gotas que parecem nascer em nosso coração? Há quanto tempo? 

Assim como o fenômeno natural da precipitação atmosférica, a chuva, realiza o trabalho de purificar a terra, a água e o ar, também nossas lágrimas têm tal função. 

A de limpar nosso íntimo, a de externar nossas emoções, sejam elas de alegria ou de pesar. 
Precisamos aprender a expressar nossos sentimentos. 

Nossa cultura possui conceitos arraigados, como o de que “homem não chora”, ou que “é feio chorar”, que surgem em nossas vidas desde quando crianças, na educação familiar, e acabam por internalizarem-se em nossa alma, continuando a apresentar manifestações na vida adulta. 
Sejamos homens ou mulheres na Terra, saibamos que todos rumamos para a busca da sensibilidade, do autodescobrimento, e da expressão de nossos sentimentos. 
Tudo que deixarmos guardado virá à tona, cedo ou tarde. 

Se forem bons os sentimentos contidos, estaremos perdendo uma oportunidade valiosa de trazê-los ao mundo, melhorando nossas relações com o próximo e conosco mesmo. 

Se forem sentimentos desequilibrados, estaremos perdendo a chance de encará-los, de analisá-los, e de tomar providências para que possam ser erradicados de nosso interior. 

As barreiras que nos impedem de nos emocionar, de chorar, são muitas vezes as mesmas que nos fazem pessoas fechadas e retraídas. 

Barreiras que carecemos romper, para que nossos dias possam ser mais leves, mais limpos, como a atmosfera que recebe a água da chuva, e nela encontra sua purificação. 

As chuvas dos olhos fazem um bem muito grande. 
Desabafar, colocar para fora o que angustia nosso íntimo, ou o que lhe dá alegria, é um exercício precioso. Um hábito salutar. 

Dizer a alguém o quanto o amamos, quando este sentimento surgir em nosso coração – mesmo sem um motivo especial -, será sempre uma forma de fortalecimento de laços. 

De construção de uma união mais feliz, e principalmente, um recurso para elevarmos nossa auto-estima, nosso auto-amor.
(MOMENTO ESPÍRITA)