Seguidores

quinta-feira, 12 de julho de 2012

TENTAR UM NOVO AMOR...


UM AMOR NOVINHO

Para curar uma dor de amor,
 digam o que quiserem, só conheço um remédio: 
um amor novinho em folha.
 Enquanto nosso coração não encontrar outro pretendente, ficaremos cultivando o velho amor, alimentando-o diariamente, sofrendo por ele e, 
no fundo, bem no fundinho, felizes por 
ter para quem dedicar nossos ais e 
nossa insônia. 
A gente só enterra mesmo o defunto 
quando outra pessoa surge para ocupar o posto.
Se isso lhe parece uma teoria simplista, 
toque aqui. É simplista sim. 
Isso de enterrar o defunto do dia pra noite só funciona quando o defunto era apenas 
uma paixonite, um entusiasmo, 
fogo de palha. 
Porém, se era algo realmente profundo, um sentimento maduro, aí o efeito do novo amor pode revelar-se um belo tiro pela culatra. Ele acabará servindo apenas para dar a você a total certeza de que aquele amor anterior era realmente um bem durável. E a dor voltará redobrada.
Um beijo que deveria inaugurar uma nova fase em sua vida pode trazer à tona lembranças fortes do passado, e nem é preciso comparar os beijos, apenas as sensações provocadas. Quem já vivenciou isso sabe o constrangimento que é beijar alguém e morrer de saudades do antecessor.
Um novo amor pode transformar o que 
era opaco em transparência: você não sabia exatamente o que sentia pelo ex, se 
era amor ou não, então surge outra pessoa e você descobre que sim, era amor, caso 
contrário não sentiria esse abandono, essa perturbação, essa forte impressão de que está fazendo uma tentativa inútil, de que não 
conseguirá ir adiante. 
Mas o que fazer? Encarar uma vida monástica, celibatária? Nada disso. Viva as tentativas inúteis! Uma, duas, três, até que alguma delas consiga superar de vez a inquietação do passado, que venha realmente inaugurar uma nova fase em sua agenda amorosa, que deixe você tranqüilo em relação ao que viveu e ao que deve viver daqui pra frente.
No entanto, quanto mais escrevo, 
mais me dou conta de que não há fórmula 
que dê garantia para nossas atitudes, 
de que não há pessoa neste mundo que 
não possa nos surpreender, de que 
tudo o que vivemos são tentativas, 
e que inútil, 
inútil mesmo, nenhuma é.
Martha Medeiros.