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sábado, 6 de outubro de 2012

AGRADECER A QUEM NOS FERE

PARA CRESCERMOS
Blog de coisinhasdeamor :'COISINHAS DE AMOR', Barrinhas!
Blog de coisinhasdeamor :'COISINHAS DE AMOR', Barrinhas!
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A dor nos ensina, o amor redime
Dos nossos erros e nos corrige.
Perfeita matemática celestial
Cegos dos olhos passamos sofrendo
Esquecendo amor do esquecimento
Que se manifesta ao perdoar.

Perdão é ação de resposta
Para quem aceitou a proposta
Da alegria infinita de aprender
Como relevar o gesto impensado
Saber que amar sem ser amado
Me faz mais perto de conhecer 
Quero e posso crescer agora
Agora é a hora de renascer.

Se sei agora que tudo passa
Encaro sem medo a maior desgraça
Vejo alem do momento passado
Vejo e resolvo de caso pensado
Que sou responsável pelo meu atraso
Quando insisto em não esquecer
Perdoar é a resposta do infinito
Amar é um verbo divino.

Quando usado a serviço do perdão
Esta atitude que procura
Agradecer aquele que te fere
Isto habilita e mais, te confere
O maior galardão das criaturas
Ver em quem te fere um irmão
Superar o orgulho ferido
É partir seguro e preciso
Em busca da perfeição.
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(Cássio Tifau)

LIBERDADE É CORRER RISCOS

CORRER RISCOS
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Rir é correr risco de parecer tolo.

Chorar é correr o risco de parecer sentimental.

Estender a mão é correr o risco de se envolver.

Expor seus sentimentos é correr o risco 

de mostrar seu verdadeiro eu.

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Defender seus sonhos e idéias diante da multidão 

é correr o risco de perder as pessoas.

Amar é correr o risco de não ser correspondido.

Viver é correr o risco de morrer.

Confiar é correr o risco de se decepcionar.

Tentar é correr o risco de fracassar.

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Mas os riscos devem ser corridos, 

porque o maior perigo é não arriscar nada.

Há pessoas que não correm nenhum risco, 

não fazem nada, 

não têm nada e não são nada.
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Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, 

mas elas não conseguem nada, 

não sentem nada, não mudam, não crescem, 

não amam, não vivem.

Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, 

privam-se de sua liberdade.

Somente a pessoa que corre riscos é livre!
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(SENECA)

NÓS OBJETOS PULSANTES

EU, ETIQUETA
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Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.

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Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.

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Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.

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Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.

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Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
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Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.

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Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.

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Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome noco é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
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(Carlos Drummond de Andrade)



PRESCRIÇÃO DA FAMA

TODA AMBIÇÃO É VAIDADE
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São raros os que nas letras buscam a ciência;
o que buscam, é utilidade e aplauso; 
este é objeto da vaidade, aquele da ambição; 
outros há, que quando buscam as ciências, 
nelas buscam tudo, não só interesse, louvor,
e aprovação dos homens, mas também 
um quase domínio deles, as letras são
 armas com que querem adquirir  
sobre os mais homens um direito de conquista: 
 esta idéia ou esperança, parece 
que nasce com eles, e com eles cresce.
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Ainda estão nos primeiros
elementos das primeiras artes, quando logo
 se propõe aquele intento, para este se
 encaminham todos os seus passos;
 das virtudes e dos vícios seguem aqueles
que conduzem para
aquele fim; e assim não são virtuosos, 
nem viciosos por natureza, mas por ocasião:
 a natureza não os fez maus nem bons; 
eles é que se fazem a si, por seguirem o que a ocasião
pede. Sempre estão prontos para deixarem a virtude e
abraçarem o vício, e também para deixarem este, e abraçarem a virtude, contanto que 
disso dependa a sua elevação. 
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Deslealdade, fé, religião, hipocrisia,
 tudo para eles vale o mesmo; olham para os vícios e virtudes, como por vários instrumentos
de que um artífice perito se sabe servir a tempo, 
não segundo o que a razão pede,
 mas segundo o que pede a obra: para que
ninguém os siga, nem conheça, vão desfazendo ou escondendo os degraus por onde sobem, 
e só no último se mostram, mas então já têm na mão o raio,
 já não são imagens de pequena consequência; 
são constelações formidáveis e funestas;
 àquela altura nenhum incenso chega; 
o respeito mais profundo é vulgar; 
o que exigem, é silêncio e adoração; 
e ainda esta há de ser de longe, porque o 
chegar a eles de algum modo é sacrilégio. 
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Os sábios venturosos, de tudo fazem asas, até das
coisas mais impróprias para voar; 
por isso qualquer crime neles fica sendo uma
ação justa; nos outros uma culpa leve é delito atroz:
tudo tem uma multidão de aplicações, e inteligências;
estas são as que dão ser a todas as suas coisas; e todas
nas suas mãos mudam totalmente de figura; nada lhes
parece como parece aos outros; querem reformar o
mundo, pouco reformados em si; 
soberba, ambição, grandeza, são os três poios, 
em que se estabelecem, e se fundam; aqueles são os ídolos, a quem unicamente sacrificam, e de quem eles 
são ao mesmo tempo, retratos, e originais, ídolos,
 e idólatras; 
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Narcisos das suas ações, e sobretudo das
 suas letras, eles são os primeiros que se admiram, e se aplaudem; e tudo com tal arte, que aquela  
admiração sem fé, por ter neles mesmos 
um princípio errado,  
e suspeitoso, eles de tal sorte a espalham,  
que depois de introduzida, vem a servir-lhes de título legítimo; e se há por acaso quem duvide, 
já é tarde, porque na fama também cabe
prescrição;
 é como uma posse, que fica sendo prova do
domínio.
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(Matias Aires)

QUANTAS VAIDADES

COMO OLHAMOS PARA O TEMPO

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Olhamos para o tempo passado com saudade,

para o presente com desprezo, e para o futuro com

esperança.

Do passado nunca se diz mal; do presente


continuamente 
nos queixamos, e sempre apetecemos

que o futuro chegue.

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O passado parece-nos que não foi

mais do que um instante; o presente apenas os

sentimentos; e julgamos que o futuro está ainda mui

distante. Para dizermos bem do tempo, é necessário

que ele tenha passado, e para que o desejamos é

preciso considerá-lo longe.

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 A vaidade faz-nos olhar

para o tempo, que passou, com indiferença,

 porque já 
nêle fica sem ação;





 faz-nos ver o presente com 
desprezo
; porque nunca 





vive satisfeita ; e faz-nos

contemplar o futuro com esperança, porque sempre se

funda no que há de vir, e assim só estimamos o que já

não temos; fazemos pouco caso do que possuímos; e

cuidados no que não sabemos se teremos.

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Com os anos imos mudando de umas vaidades

para outras; não porque queiramos mudar de vaidade,

mas porque algumas há, que em certos anos são

incompatíveis, e só têm lugar em outros.
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(MATIAS AIRES)