Seguidores

terça-feira, 4 de setembro de 2012

O PORVIR

SAUDADES NO PORVIR
Eu vou com a noite
Pálida e fria
Na penedia
Me debruçar :
O promontório
De negro dorso,
Qual nau de corso
Se alonga ao mar.

Dormem as horas,
A flor somente
Respira e sente
Na solidão;
A flor das rochas,
Franzina e leve,
Ao sopro breve
Da viração.

Cantando o nauta
Desdobra as velas
Argênteas, belas
Azas do mar;
Branqueia a proa
Partindo as vagas,
Que n' outras plagas
Se vão quebrar.

Eu ponho os olhos
No firmamento:
Que isolamento,
Oh, minha irmã !
Apenas o astro
Que a luz duvida,
Promete a vida
Para amanhã.

Naquela nuvem
Te vejo morta ;
Meu peito corta
Cruel sentir ï
Da lua o túmulo
Na onda ondula,
E o mar modula
Como um porvir..
SOUSÂNDRADE
Poeta Maranhense

Nenhum comentário: