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terça-feira, 26 de junho de 2012

ARTE DE CONVIVER

A DIFÍCIL ARTE DA CONVIVÊNCIA

Não é preciso nenhum esforço para perceber
 o quanto é difícil viver de forma harmoniosa.
 Parece que o tempo todo somos testados
 para sair do prumo, para dizer verdades,
 cair na culpa, ou chorar no silêncio. 
E apesar desse tipo de comportamento 
ser mais observado em nós, mulheres
os homens também não escapam 
desse aprendizado.
Trabalhando com pessoas e espiritualidade 
a vida inteira, percebo que mais difícil do 
que se conectar com Deus é vê-Lo no semelhante, 
e quanto mais próxima essa pessoa for, 
quase sempre é ainda mais difícil. 
Porque quando nos conectamos com 
Deus precisamos nos abrir, deixar fluir sua Luz,
 receber e aceitar aquilo que nos acontecer com alegria, porque será aquilo que vamos ter…
Para falar a verdade, tenho que 
confidenciar que nunca fui muito 
de aceitar as coisas do jeito que elas são. 
Sempre lutei, tentei melhorar, arrumar, entender, 
tudo isso que a gente costuma fazer para 
se dar bem com as pessoas, mas com Deus o negócio é diferente, porque não terá aquela vez que Ele, 
o Todo-Poderoso terá que ceder aos nossos caprichos.
No caso da nossa relação com Deus, 
sempre nos restará aceitar o que nos couber, porque a palavra final é Dele e sempre será. 
Agora, nos relacionamentos, não lidamos 
com almas puras, iluminadas que querem apenas o nosso bem. Lidamos com pessoas com caprichos,
 com mágoas guardadas, com histórias de vida, 
às vezes, completamente diferente das nossas.
 E o que fazer? 
Que língua falar com esta pessoa 
que está no nosso caminho, 
e com a qual precisamos nos relacionar, 
se não com amor, pelo menos de 
uma forma gentil, delicada?
Costuma ser nesse momento de impasse 
que as pessoas me procuram para entender do passado. Nessas horas em que já tentaram de tudo e não conseguiram alcançar seus intentos e geralmente acabo compartilhando boas e más notícias. As boas é que sempre podemos nos libertar do passado, de relacionamentos kármicos, de pessoas e situações pesadas que carregamos, e as más se referem a aceitar certos aprendizados que fazem parte da evolução, e compreender que não mudamos as pessoas.
Isso tudo pode parecer lógico para alguns e, no mínimo, irritante para tantos outros, mas ainda que não gostemos, teremos que aceitar o fato de que a felicidade na nossa vida depende de nós e não de circunstâncias externas, e que lidar com a vida poderá ser mais leve se relevarmos muitas coisas.
Percebi que pessoas tristes, emocionalmente pesadas, costumam carregar muitas mágoas e muitas esperanças frustradas, algumas que de fato poderiam ter dado certo, e outras em que nunca tiveram muita chance, porém, o desapego nem sempre é natural como poderia ser.
Os mentores ensinam que conviver em família, no amor e mesmo no trabalho, é o buril da nossa evolução. E justamente por isso tende a ser o maior desafio na vida das pessoas. Porque conviver significa colocar em prática tudo aquilo que fomos, desde a infância, convidados a aprender, como o respeito aos pais, às pessoas mais velhas, doentes, e mesmo amigos e familiares em maus momentos. Precisamos respeitar as pessoas e quando percebemos que seremos respeitados -mas que o outro não tem a sabedoria de nos tratar como merecemos-, o único caminho é se afastar, se não fisicamente (porque nem sempre isso é possível), saibamos ao menos observar quem é a pessoa e o que ela poderá nos oferecer…
Conviver é também sinônimo de sabedoria, de treino de amor que oferecemos ao outro e a nós mesmos. Porque não há como amar alguém sem se aperceber de oferecer primeiro amor a nós mesmos, e que se agirmos assim com mais auto-estima, com certeza, não nos magoaremos com tanta facilidade. Mas, se no caminho da vida surgirem as inevitáveis frustrações, não podemos esquecer que esta existência é um exercício para o nosso espírito que é eterno e muito maior que os nossos altos e baixos. E é por isso que, constantemente, vamos e voltamos para Deus, porque é Ele que sempre pode nos ajudar a viver com mais amor e mais luz. Ele é o nosso mais fiel amor e companheiro, ainda que não faça sempre o nosso gosto.
Maria Silvia Orlovas

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