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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A CAMINHADA SOZINHO

FLORES A BEIRA DA ESTRADA
Sei que na minha caminhada tem um 
destino e uma direção,
por isso devo medir meus passos, 
prestar atenção no que faço
e no que fazem os que por mim 
também passam ou pelos quais passo eu... 

Que eu não me iluda com o ânimo 
e o vigor dos primeiros trechos, porque 
chegará o dia em que os pés não terão tanta força 
e se ferirão no caminho e se
 cansarão mais cedo... 

Todavia, quando o cansaço houver, 
que eu não me desespere e acredite que 
ainda terei forças para continuar, 
principalmente quando houver quem me auxilie... 

É oportuno que, em meus sorrisos, 
eu me lembre de que existem os que choram,
 que, assim, meu riso não ofenda 
a mágoa dos que sofrem: 
por outro lado, quando chegar
 a minha vez de chorar, 
que eu não me deixe dominar pela desesperança, 
mas que eu entenda o sentido do sofrimento, 
que me nivela, que me iguala, 
que torna todos os homens iguais... 

Quando eu tiver tudo, farnel e coragem, 
água no cantil, 
e ânimo no coração, bota nos pés e
 chapéu na cabeça, 
e, assim, não temer o vento e o frio,
 a chuva e o tempo. 

Que eu não me considere melhor do 
que aqueles que ficarão atrás, 
porque pode vir o dia em que nada terei 
mais para minha jornada e aqueles, 
que ultrapassei na caminhada, me alcançarão 
e também poderão fazer como eu fiz
 e nada de fato fazer por mim, 
que ficarei no caminho sem concluí-lo... 

Quando o dia brilhar, que eu tenha
 vontade de ver a noite 
em que a caminhada será mais fácil 
e mais amena; quando for noite, 
porém e a escuridão tornar mais 
difícil a chegada, 
que eu saiba esperar o dia como aurora, 
o calor como bênção... 

Que eu perceba que a caminhada sozinho
 pode ser mais rápida, 
mas muito mais vazia...
Quando eu tiver sede, 
que encontre a fonte no caminho, 
quando eu me perder, que ache a indicação, 
a seta, a direção... 

Que eu não siga os que desviam, 
mas que ninguém se desvie seguindo 
os meus passos... 

Que a pressa em chegar não me 
afaste da alegria de ver as flores simples 
que estão a beira da estrada, 
que eu não perturbe a caminhada de ninguém, 
que eu entenda que seguir faz bem,
 mas que, às vezes, 
é preciso ter-se a bravura de voltar atrás 
e recomeçar e tomar outra direção... 

Que eu não caminhe sem rumo, 
que eu não me perca nas encruzilhadas, 
mas que eu não tema os que assaltam-me,
 os que embuçam, 
mas que eu vá onde devo ir e, 
se eu cair no meio do caminho, 
que fique a lembrança de minha
 queda para impedir 
que outros caiam no mesmo abismo... 

Que eu chegue, sim, mas, ainda mais importante, 
que eu faça chegar quem me perguntar, 
quem me pedir conselho, 
e acima de tudo, me seguir, confiando em mim!

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