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domingo, 2 de setembro de 2012

MAR DE SÃO LUIS

MAR DEPRIMIDO*

Mar de São Luis, constrangido,
que banhas as costas do Atlântico
e as costas e seios das pacíficas,
quem te roubou o azul do paraíso:
os vendedores de cloro das piscinas
ou o céu desbotado do olhar das meninas?
Mar de São Luis, humilhado,
saqueado por metralhas e conquistadores
em navios que vazam óleo desde o início,
quem roubou o azul do teu sorriso:
os poetas que te deixaram abandonado
ou os petroleiros que te sujaram o vestido?
Mar de São Luís, sucateado,
sobra de outros mares, poluído.
o cinzento de tuas águas
é tua bandeira de mágoas?
é o teu vestido e anágua?
Choras por Antonio: o de Cleópatra?
choras por outro: o de Ana Amélia.
mar de São Luís, enrubescido,
derramas lágrimas de crocodilo,
deságuas sujas águas em praias e portos.
enches os tonéis, os lenços, os esgotos.
Mar de São Luis, emaranhado
em maranhas de mar amargurados,
quem seqüestrou o teu azul-coral
deixou-te em troca o excesso de sal.
entanto, o verde que antevejo nessa manhã,
só o vislumbro detrás de óculos rayban.
A não ser que eu ponha cloro,
nas lágrimas que, em ti, choro.
Luís Augusto Cassas
FONTE das poesias Mar deprimido 
Site Antônio Miranda
www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/
maranhao/luis_augusto_cassas.html


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