QUANDO RENUNCIAMOS NOSSOS SONHOS
Quando renunciamos aos
nossos sonhos e encontramos
a paz – disse ele depois
de um tempo – temos um pequeno período de tranquilidade.
Mas os sonhos mortos
começam a apodrecer dentro
de nós, e infestar todo o
ambiente em que vivemos.
Começamos a nos tornar
cruéis com aqueles que nos
cercam, e finalmente passamos
a dirigir esta crueldade
contra nós mesmos.
Surgem as doenças e psicoses.
O que queríamos evitar
no combate – a decepção e
a derrota – passa a ser o
único legado de nossa covardia.
E, um belo dia, os sonhos
mortos e apodrecidos tornam
o ar difícil de respirar e passamos
a desejar a morte, a morte
que nos livrasse de nossas
certezas, de nossas ocupações,
e daquela terrível paz das
tardes de domingo.
(Paulo Coelho)
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