A presença do Pai é essencial para a saúde mental da criança, sustentando que parte decisiva da socialização da criança é aquela em que o filho ou a filha aprendem a aceitar os controles sociais sobre o seu comportamento. E é justamente o Pai, a pessoa que tem maiores probabilidades de impor essas restrições.
Devemos neste passo fazer uma observação importantíssima. Por controle, aqui, não se refere, de modo nenhum, ao autoritarismo, do tipo vitoriano, tirânico, dominador.
Não. Para impor-se com respeito e dignidade ao filho, o Pai tem que ser firme mas, compreensivo. Justo, mas também amoroso. Decisivo, mas amigo. O que nem sempre é fácil, porque muitas preocupações às vezes se atropelam na mente e no coração daquele que luta por manter equilibrado o orçamento doméstico, tentando pagar os gastos da família com o pouco que recebe em seu labor profissional.
Raciocino, em cima da realidade brasileira; e não estou a plainar como se todos vivêssemos no melhor dos mundos habitados, como admitia o matemático Leibniz.
No entanto, é necessária esta postura da parte do Pai, sim, inclusive para a formação da personalidade da filha, porque muita gente admite que cabe à mulher o papel educativo da menina. Não. Tanto o filho como a filha, ambos necessitam de igual maneira da contribuição tanto do pai como da mãe, sendo que, os genitores deverão atuar desde a mais tenra idade dos seus descendentes.
Mas, voltando a figura paterna, é muito fácil, para não dizer cômodo, o pai ser complacente, condescendente , como se diz na linguagem coloquial: "bonzinho", fazendo olho grosso, "não esquentando a cabeça". Ou então, aquele pai alheio, indiferente, ausente, tanto faz como tanto fez.
Não me será preciso dizer que ambas as posturas (o autoritarismo e indiferença) são erradas, não podem ser assumidas. A conduta mais recomendada para o bom relacionamento entre pai e filho ou filha, é aquela que o pai (e a mãe também) falam com os filhos. Conversam com eles, os escutam e os ouvem, dando-lhes atenção. A isto se chama diálogo. Não é um monólogo.
Pais devem dar aos filhos amor e compreensão. Orientação amiga e sobretudo exemplos de responsabilidade, de honradez, de probidade. Numa hora, quando na sociedade estes valores não são muitos cotados, mais do que urgente é esta necessidade do Pai (e da mãe) fornecerem aos filhos, desde a infância, estes padrões de comportamento de modo que não se tornem os filhos, depois, criaturas desajustadas, desorientadas e infelizes, repetindo os mesmos erros e causando os mesmos desastres em suas futuras famílias.
Você que é Pai ou Mãe, e me lê agora, medite nisto. A figura paterna é na verdade um referencial em uma família.