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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

QUERO SABER...

QUERO SABER DE VOCÊ
“Não me importa saber como você ganha a vida.

Quero saber o que mais deseja e se ousa
 sonhar em satisfazer seus anseios
 do seu coração.

Não me interessa saber sua idade.
Quero saber se você correria o risco
 de parecer tolo por amor, pelo seu sonho,
 pela aventura de estar vivo.

Não me interessa saber que planetas 
estão em quadratura com sua lua.
O que eu quero saber é se você já foi 
até o fundo de sua própria tristeza, 
se as traições da vida o enriqueceram 
ou se você se retraiu e se fechou, 
com medo de mais dor.

Quero saber se você consegue conviver
 com a dor, a minha ou a sua, sem tentar 
escondê-la, disfarçá-la ou remediá-la.

Quero saber se você é capaz de conviver
 com a alegria, a minha ou a sua, 
de dançar com total abandono e deixar 
o êxtase penetrar até a ponta dos seus
 dedos, sem nos advertir que sejamos 
cuidadosos, que sejamos realistas, que nos
 lembremos das limitações da condição humana.

Não me interessa se a história que
 você me conta é verdadeira.

Quero saber se é capaz de desapontar 
o outro para se manter fiel a si mesmo.
Se é capaz de suportar uma acusação 
de traição e não trair sua própria alma, 
ou ser infiel e, mesmo assim, 
ser digno de confiança.

Quero saber se você é capaz de enxergar
 a beleza no dia-a-dia, ainda que ela não 
seja bonita, e fazer dela a fonte da sua vida.

Quero saber se você consegue viver com 
o fracasso, o seu e o meu, e ainda assim 
pôr-se de pé na beira do lago e gritar para 
o reflexo prateado da lua cheia: “Sim!”

Não me interessa saber onde você mora
 ou quanto dinheiro tem. Quero saber se,
 após uma noite de tristeza e desespero,
 exausto e ferido até os ossos, é capaz de
 fazer o que precisa ser feito para alimentar
 seus filhos.

Não me interessa quem você conhece 
ou como chegou até aqui.
Quero saber se vai permanecer no centro
 do fogo comigo sem recuar.

Não me interessa onde, o que ou com
 quem estudou.
Quero saber o que o sustenta, no seu
 íntimo, quando tudo mais desmorona.

Quero saber se é capaz de ficar só
 consigo mesmo e se nos momentos
 vazios realmente gosta 
da sua companhia.”
(Oriah Mountain Dreamer)

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