QUE O PERDÃO TRIUNFE SOBRE A MÁGOA
No cotidiano, nos deparamos com
situações que põem à prova a nossa conduta.
São os olhares de desprezo ou de inveja.
As palavras que ferem, humilham, magoam.
As indelicadezas e os gestos que
perturbam e ofendem.
São também as atitudes contínuas de omissão,
de abandono dos deveres, ou de opressão,
que acontecem entre irmãos, casais, pais e filhos,
que vão se somando e se transformando
em imensas mágoas.
É comum vermos famílias desestruturadas
pelo cultivo da raiva, do rancor e da indelicadeza.
Enfim, vemos com frequência, relações
se esvaindo pela ausência do perdão.
Seja qual for a gravidade do ato infeliz
que nos atinja, enxerguemos o outro,
que nos fere e magoa, como alguém que pode
estar enfermo e precisando de ajuda.
E como escolhemos agir diante de
quem nos ofende?
Quando procedemos da mesma forma
que o outro, entrando na sua sintonia, revidando,
seja com palavras ou com atitudes, estaremos
deixando que o outro dite a nossa conduta.
Estaremos nos equiparando àquele que
cometeu o gesto desequilibrado.
É certo que ficamos tristes quando alguém nos
ofende, mas o que deveria mesmo nos entristecer,
é quando somos nós os ofensores.
Trabalhar o perdão ao próximo, assim como
o autoperdão, é um exercício diário que
podemos nos propor. Todos nós somos
capazes de perdoar.
Não nos esqueçamos de que, por diversas
vezes, nós é que desejamos ser perdoados.
Temos que começar relevando e perdoando
as leves ofensas, para que estejamos preparados,
quando nos depararmos com situações mais
delicadas que nos exijam essa virtude.
Perdoar também é doar.
Ao perdoar estaremos doando entendimento,
paciência, compreensão e o amor que purifica.
O esquecimento das ofensas é próprio
da alma elevada.
Mas o perdão não é o esquecimento do fato.
Por vezes, torna-se difícil eliminar da
memória uma atitude que tenha nos ferido.
Perdoar é cessar de ter raiva, é deixar
de nutrir em nós o ressentimento pela
pessoa que nos causou a dor ou o
gesto infeliz que nos atingiu.
Perdoar acalma, liberta, traz paz e harmonia
às nossas vidas.
O verdadeiro perdão é aquele que vem do
coração e não dos lábios.
Façamo-nos hoje o convite para
que deixemos
que o perdão triunfe sobre a mágoa
e o ressentimento.
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