QUANDO O ORGULHO CALA O AMOR
Conta-se que, em algum lugar da China,
havia um sábio ancião que decidia questões
conjugais. Era ele quem abençoava os casais
que queriam se unir e orientava os que
estavam se desentendendo, dizendo-lhes se
deveriam ou não se separar.
Certa vez, o ancião foi procurado por dois
jovens a quem havia abençoado havia alguns
anos e que agora falavam em separação.
O sábio, percebendo que os dois se amavam,
não viu motivo para que desfizessem a união,
mas não conseguia convencê-los disso.
Então, presenteou-os com uma planta e disse:
— Esta é uma planta muito sensível.
Vocês devem deixá-la na sala e, quando ela
morrer, poderão se separar.
Assim foi feito: o casal colocou a planta
no centro da sala e ficou aguardando
“ansiosamente” a sua morte.
Certa madrugada, ambos se flagraram com
regadores em punho, cuidando da planta.
Naquele dia, amaram-se como nunca.
A planta sensível era, na verdade, a relação
dos dois. O amor era forte o suficiente a ponto
de acordá-los em plena madrugada.
Mas então o que estaria ameaçando
aquela união?
O orgulho.
O orgulho nos impede de pedir perdão.
O orgulho não nos deixa perdoar.
O orgulho não nos deixa dizer
que ainda amamos…
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