A SOBERANIA DO AMOR
O que diz o espinho quando fura
a mão que se direciona à flor?
O que quer a fonte com a insistência de
vencer obstáculos até ser envolvida
pelo abraço do mar?
O que custa à semente a missão de
produzir nova vida?
O que faz alguém sacrificar sua identidade
para que os outros se identifiquem?
O que faz um pai sombrear seus sonhos
para que a vida seja refletida na realização
de seus filhos? E a mãe, que logo após o sacrifício
do parto, se reconstitui aconchegando
seu recém-nascido?
O que moveu o Criador a nos criar
à Sua imagem e semelhança?
O que nos deixa em ruínas quando somos
separados de alguém que nos faz bem?
O que diz o último suspiro quando o corpo
decide não querer continuar?
O que diz o lamento na hora do aceno
de um adeus?
O que diz o abraço na hora do tão
esperado encontro?
O que nos revela a ansiosa espera por
nossa outra metade?
O que é o ato de misericórdia, de compaixão,
de ser solidário ou de dar a mão?
O que é capaz de reerguer alguém depois
da decepção?
O que é o vínculo que faz unir dois seres,
fiando o destino de duas vidas?
O que é o selo que identifica a renovação
de uma vida?
O que é o pôr do sol, a noite de luar,
o cancioneiro melodiando sua inspiração?
Ah! O que é o recheio da vida senão o amor?
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