Você era tão alto, tão forte,tão sábio...
Era você quem consertava as coisas quebradas,
quem supria todas as necessidades,
quem dava as recompensas.
Você era a fonte de todas as melhores histórias,
o que cantava as canções, o que inventava os jogos.
Você tinha na cabeça todos os fatos
e todos os números, conhecia todas as regras,
todas as leis.
Era você que distribuía justiça,que ensinava técnicas.
Você explicava o ciclo de vida do mosquito,
como funcionava a máquina de costura
e as órbitas dos planetas com a mesma
clareza e competência.
Você cultivava repolhos que pareciam borboletas.
Você nos mostrou como trabalhar
com madeira, como fazer um suflê,
ou costurar um botão,ou enxertar uma rosa.
Nos ensinou a olhar e a prestar atenção,
a pensar, a questionar ,a explorar.
E então, como mágica, você se transformou,
bem na nossa frente, num homem de
estatura comum - um homem que levava
o cachorro para passear antes do café
da manhã e tirava uma soneca depois
do almoço de domingo.
Você se transformou num homem até mais
baixo que os nossos amigos.
Gentil, educado, paciente - mas,
do nosso ponto de vista um pouco antiquado.
Pois nós havíamos crescido e
descoberto para nós novos heróis,
ou melhor, meio-crescido.
O tempo passou, e ficamos mais sensatos.
E vimos, por fim, que você era
realmente o SUPER-HOMEM,
e que, uma vez feito seu trabalho
em nosso benefício,
preferiu retomar seu suave disfarce.
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